domingo, 15 de março de 2009

Cenários Criativos (Detalhe)


Little John at the balconi.
This is a detail of my own version, a photo interference with a hand made character that plays a role and appears on different windows of this scenery.
March, 2009.
Joãozinho na varanda.
Kelly Tavares

Cenários criativos


Cenários criados com folders da exposição de George Tice no JSMA, março de 2009.
Tais cenários, pré-cortados, foram entregues a alunos do ensino elementar, para que pudessem criar seus próprios personagens, histórias e outras versões utilizando um ou mais folders.
Infelizmente, neste encontro não fotografei os resultados . Estou devendo essa!
English
These pre-cut sceneries were given to a group of elementary students. In order to give them the primary materials to create their own characters, stories and aesthetical versions using one or more folders.
This activity may be done with the students drawings, too. Unfortunately, on this meeting I didn't photograph their final products.

Cenários criativos




Utilizando material reciclável e minha criatividade para criar novas propostas para a aula de artes, bolei uma atividade específica para o grupo da escola Cesar Chavez: Propus a elaboração de um cenário com a utilização da fotografia de George Tice impressa, no folder de sua exposição. Aproveitei para divulgar a exposição, que no momento está ocorrendo no Jordan S. Museum e para apresentar-lhes a minha idéia e proposta para a aula.
Criei um mini-personagem desenhado e recortado num papel amarelo e coloquei-o em uma das janelas recortadas. Enquanto apresentava, acidentalmente, deixei o personagem cair da janela e ir parar no chão. Neste caso a trajédia virou comédia e rimos juntos do “acidente”. O ocorrido foi suficiente para estimular as crianças e realizarem suas próprias versões utilizando o mesmo material. Criaram diferentes apresentações e personagens e depois brincaram com seus próprios cenários, interagindo com seus colegas.
Ao sair apresentaram os resultados a seus pais que tiveram reações variadas. Alguns prestaram atenção na narrativa criada por seus filhos e outros não deram a mesma importância.
O aluno M. me indagou porque eu não proíbia a realização de desenhos violentos. Eu respondi que aproveitava a situação para discutir com eles a cerca da violência e de suas consequências. Para fazer perguntas e discutir questões. Que porém não permitia a violência ou a propaganda da violência como algo bom ou positivo. Após ouvir minha resposta, M. decidiu utilizar duas “fachadas”, criando um lado “bom”, com pessoas alegres festejando e outro “ruim”, contendo cenas violentas e algumas rajadas de “sangue”. Ele não o fez para ser aceito por mim apenas. Pois eu já o havia aceito mesmo quando fazia as cenas violentas. Na minha opinião ele representou aquilo que compreendeu de minha resposta. Me apresentou sua versão explicando as cenas e eu completei dizendo que seu trabalho representava as coisas como na vida real, que tem coisas boas e ruins acontecendo pelo mundo.

Desenhos com temas violentos algumas intervenções



"3 de Maio" Francisco Goya, 1814
"Um domingo a tarde na Ilha de Grand Jatte", Georges Seurat, 1884.

Tenho realizado um trabalho semanal com o mesmo grupo de seis crianças latinas, na escola elementar Cesar Chavez. Já estamos no nosso quinto encontro. A incidência de temas violentos se reflete nas histórias improvisadas, nos desenhos e nas relações criadas com as produções artísticas.

Preparei uma segunda aula trazendo uma imagem de Francisco Goya para discussão em aula. Perguntei sobre quais seriam os motivos que levaram o artista a realizar a pintura do 3 de maio confrontando com uma pintura de Seurat (Domingo na ilha de Grand Jatte 1884) e com o desenho de M. de seis anos. Um aluno de 12 anos concluiu que os motivos que levam as crianças a fazer desenhos violentos é a exposição a videos games e filmes violentos.
Já o aluno I. de 8 anos acredita que Goya realizou a pintura sobre o 3 de Maio não porque gosta da violência, mas porque desejaria mostrar as pessoas como é a guerra.
Quando os indaguei a respeito do lugar onde desejaria estar, se na pintura de Seurat ou na de Goya, todos concordaram que o Domingo a tarde... seria um lugar mais feliz para se viver.

Numa aula subsequente o aluno M. me indagou porque eu não proíbia a realização de desenhos violentos. Eu respondi que aproveitava a situação para discutir com eles a cerca da violência e de suas consequências. Para fazer perguntas e discutir questões. Que porém não permitia a violência ou a propaganda da violência como algo bom ou positivo.

Inúmeros detalhes vão ocorrendo enquanto as crianças se engajam em suas produções e eu buscando maneiras de intervir e aproveitar as situações. Um exemplo, quando estavamos trabalhando com a confecção de cenário utilizando os folders da exposição do museu, A. de 8 anos, criou dois personagens e começou a representar uma história. De repente um de seus personagens corta a perna e ele me conta empolgado sobre a situação. Eu lamento o ocorrido e digo a ele que rapidamente o outro personagem precisa ligar para a emergência e socorrer seu amigo. A. demonstra-se um pouco desapontado com minha resposta e eu sorrio para ele sem dizer mais nada. Este exemplo ilustra uma das saídas que encontrei para levá-lo a refletir sobre o momento. Demonstrei, sem maiores explicações, minha opinião. Deixando implícito que não me divirto com acontecimentos violentos ou acidentes e aproveitando-o para orientá-lo como deveria agir numa situação real.